segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A culpa é do abraço...

Dizer "nunca" nas coisas do amor é realmente muito delicado...dizer "nunca mais volto",então...quase um suicídio. Difícil e inútil, quando o coração está cheio de mil páginas escritas.
Desnecessário definir que "agora foi o fim", quando se sabe que no primeiro (ou no segundo) telefonema, a gente vai abrir o guarda-roupa, tirar o melhor vestido e no lugar, deixar a mágoa do momento. Antes de fechar a porta, dá-se uma olhada nas tantas outras (mágoas), guardadas lá...
A gente vai, não porque perdoou ou esqueceu,não porque não reconhece seu valor. Vai porque sabe que ainda não viveu tudo, não esgotou as possibilidades. Mesmo quando tudo parece ser igual, a gente ainda vê um amor que não existe, ou melhor, existe só dentro de nós ou nos breves sinais de "desarme" do outro.
Mil feministas condenarão a atitude quase submissa, psicólogos encontrarão indícios de sobra para "tratamento", mas, a gente simplesmente continua, seguindo, em passos cada vez mais lentos, absorvendo cada sorriso, cada gesto doce, como suprimento e força, para os dias difíceis. É tudo que você quer, na pessoa que você não quer.Complexo..mas, quem disse que ver flores, onde só há asfalto, é fácil?
E cada vez que voltamos, para viver tudo igualzinho, não vamos a mesma...pedaços de nós, talvez os melhores, se recusam à nos seguir, a se doar à quem nada tem a oferecer em troca. Então, cada vez que a gente volta, volta menos completa, porém mais exposta. Seria tudo mais fácil, se pela manhã, jogassemos fora, o café que ele faz, vestíssemos o vestido e saíssemos, para nunca mais voltar, pra nunca mais atender o telefone ou lembrar o nome...Mas, a noite anterior, sempre deixa marcas, o café é bom e o abraço dele lhe pede sempre que fique um pouco mais...E você vai ficando...